13/02/2008

Grammys 2008

Há coisas que não entendo, mas deve ser para não entender mesmo... então:

Best Male Pop Vocal Performance
WINNER: Justin Timberlake - "What Goes Around ... Comes Around"·

Michael Bublé - "Everything"
John Mayer - "Belief"
Paul McCartney - "Dance Tonight"
Seal - "Amazing"

Best New Artist
WINNER: Amy Winehouse

Feist
Ledisi
Paramore
Taylor Swift

Estou com uns ligeiros problemas em aceitar o melhor cantor pop... O Justin que quase não canta, que não toca, que só se mexe um bocadinho, tem uma carinha laroca e pouco mais ganha o grammy? Como é possível? Com uns nomeados destes, como é possível que seja ele a ganhar? Ou era votação do público? Eu até ouço a cantiga dele, eu até a reconheço, mas daí a ganhar um grammy? Não entendo.
E então a d. Amy que não é novata nestas coisas, que já tem outro álbum lançado e muito ouvido, ganhou melhor artista revelação??? Como é possível? Quais os parâmetros para isso? Não percebi.
Quanto às outras categorias até li e apesar de não gostar até consigo perceber a razão das coisas, mas aqui nestas duas? Não percebo mesmo. Mas pronto, está escolhido, escolhido está.

A minha terra...

vista pelos olhos de um conterrâneo meu:

O Alentejo


Palavra mágica que começa no Além e termina no Tejo, o rio da portugalidade. O rio que divide e une Portugal e que à semelhança do Homem Português, fugiu de Espanha à procura do mar.

O Alentejo molda o carácter de um homem. A solidão e a quietude da planície dão-lhe a espiritualidade, a tranquilidade e a paciência do monge; as amplitudes térmicas e a agressividade da charneca dão-lhe a resistência física, a rusticidade, a coragem e o temperamento do guerreiro. Não é alentejano quem quer. Ser alentejano não é um dote, é um dom. Não se nasce alentejano, é-se alentejano.

Portugal nasceu no Norte mas foi no Alentejo que se fez Homem. Guimarães é o berço da Nacionalidade, Évora é o berço do Império Português. Não foi por acaso que D. João II se teve de refugiar em Évora para descobrir a Índia. No meio das montanhas e das serras um homem tem as vistas curtas; só no coração do Alentejo, um homem consegue ver ao longe.

Mas foi preciso Bartolomeu Dias regressar ao reino depois de dobrar o Cabo das Tormentas, sem conseguir chegar à Índia para D. João II perceber que só o costado de um alentejano conseguia suportar com o peso de um empreendimento daquele vulto. Aquilo que para o homem comum fica muito longe, para um alentejano fica já ali. Para um alentejano não há longe, nem distância porque só um alentejano percebe intuitivamente que a vida não é uma corrida de velocidade, mas uma corrida de resistência onde a tartaruga leva sempre a melhor sobre a lebre.

Foi, por esta razão, que D. Manuel decidiu entregar a chefia da armada decisiva a Vasco da Gama. Mais de dois anos no mar... E, quando regressou, ao perguntar-lhe se a Índia era longe, Vasco da Gama respondeu: «Não, é já ali.». O fim do mundo, afinal, ficava ao virar da esquina.

Para um alentejano, o caminho faz-se caminhando e só é longe o sítio onde não se chega sem parar de andar. E Vasco da Gama limitou-se a continuar a andar onde Bartolomeu Dias tinha parado. O problema de Portugal é precisamente este: muitos Bartolomeu Dias e poucos Vasco da Gama. Demasiada gente que não consegue terminar o que começa, que desiste quando a glória está perto e o mais difícil já foi feito. Ou seja, muitos portugueses e poucos alentejanos.

D. Nuno Álvares Pereira, aliás, já tinha percebido isso. Caso contrário, não teria partido tão confiante para Aljubarrota. D. Nuno sabia bem que uma batalha não se decide pela quantidade mas pela qualidade dos combatentes. É certo que o Rei de Castela contava com um poderoso exército composto por espanhóis e portugueses, mas o Mestre de Avis tinha a vantagem de contar com meia-dúzia de alentejanos. Não se estranha, assim, a resposta de D. Nuno aos seus irmãos, quando o tentaram convencer a mudar de campo com o argumento da desproporção numérica: «Vocês são muitos? O que é que isso interessa se os alentejanos estão do nosso lado?»

Mas os alentejanos não servem só as grandes causas, nem servem só para as grandes guerras. Não há como um alentejano para desfrutar plenamente dos mais simples prazeres da vida. Por isso, se diz que Deus fez a mulher para ser a companheira do homem. Mas, depois, teve de fazer os alentejanos para que as mulheres também tivessem algum prazer. Na cama e na mesa, um alentejano nunca tem pressa. Daí a resposta de Eva a Adão quando este, intrigado, lhe perguntou o que é que o alentejano tinha que ele não tinha: «Tem tempo e tu tens pressa.» Quem anda sempre a correr, não chega a lado nenhum. E muito menos ao coração de uma mulher. Andar a correr é um problema que os alentejanos, graças a Deus, não têm. Até porque os alentejanos e o Alentejo foram feitos ao sétimo dia, precisamente o dia que Deus tirou para descansar.

E até nas anedotas, os alentejanos revelam a sua superioridade humana e intelectual. Os brancos contam anedotas dos pretos, os brasileiros dos portugueses, os franceses dos argelinos... só os alentejanos contam e inventam anedotas sobre si próprios. E divertem-se imenso, ao mesmo tempo que servem de espelho a quem as ouve.

Mas para que uma pessoa se ria de si própria não basta ser ridícula porque ridículos todos somos. É necessário ter sentido de humor. Só que isso é um extra só disponível nos seres humanos topo de gama.

Não se confunda, no entanto, sentido de humor com alarvice. O sentido de humor é um dom da inteligência; a alarvice é o tique da gente bronca e mesquinha. Enquanto o alarve se diverte com as desgraças alheias, quem tem sentido de humor ri-se de si próprio. Não há maior honra do que ser objecto de uma boa gargalhada. O sentido de humor humaniza as pessoas, enquanto a alarvice diminui-as. Se Hitler e Estaline se rissem de si próprios, nunca teriam sido as bestas que foram.

E as anedotas alentejanas são autênticas pérolas de humor: curtas, incisivas, inteligentes e desconcertantes, revelando um sentido de observação, um sentido crítico e um poder de síntese notáveis.

Não resisto a contar a minha anedota preferida. Num dia em que chovia muito, o revisor do comboio entrou numa carruagem onde só havia um passageiro. Por sinal, um alentejano que estava todo molhado, em virtude de estar sentado num lugar junto a uma janela aberta. «Ó amigo, por que é que não fecha a janela?», perguntou-lhe o revisor. «Isso queria eu, mas a janela está estragada.», respondeu o alentejano. «Então por que é que não troca de lugar?» «Eu trocar, trocava... mas com quem?»

Como bom alentejano que me prezo de ser, deixei o melhor para o fim. O Alentejo, como todos sabemos, é o único sítio do mundo onde não é castigo uma pessoa ficar a pão e água. Água é aquilo por que qualquer alentejano anseia. E o pão... Mas há melhor iguaria do que o pão alentejano? O pão alentejano come-se com tudo e com nada. É aperitivo, refeição e sobremesa. E é o único pão do mundo que não tem pressa de ser comido. É tão bom no primeiro dia como no dia seguinte ou no fim da semana. Só quem come o pão alentejano está habilitado para entender o mistério da fé. Comê-lo faz-nos subir ao Céu!

É por tudo isto que, sempre que passeio pela charneca numa noite quente de verão ou sinto no rosto o frio cortante das manhãs de Inverno, dou graças a Deus por ser alentejano. Que maior bênção poderia um homem almejar?


Descobri aqui. Não se sabe o autor, é pena! Obrigada Lord Jeremias.

2013.12.03 - Autor descoberto! - Santana-Maia Leonardo no livro Rexistir.

05/02/2008

Yes they can... and so I hope!

Eleições

Muito se tem escrito a respeito dos candidatos ao lugar de homem mais importante do mundo. Muito mais se irá escrever porque a luta está renhida.
Entre Hillary e Barack andei indecisa, já que qualquer um dos dois significa uma mudança, uma aproximação ao povo real, às diferenças e às minorias. Mas e por causa das minorias que talvez não o sejam, se eu votasse nos EUA, votaria Barack Obama.
Como me disseram há alguns dias: "lá estás tu pelas minorias!" ao que respondi que talvez não sejam minorias, que talvez estejam quase esquecidos, e que esperava que o país que mais poder tem a nível mundial mudasse. Realmente mudasse. Pelo menos deixava de ter aquele Presidente e depois tivesse alguém que realmente fizesse a diferença.

Um senhor do qual gosto muito escreveu:

Dear Friends,

I hope this finds you well.

A question, a reflection, and an endorsement.

Why is our country divided?
Why has this division been growing?

Can we not all agree that we are a country that supports its families, that protects its citizens and respects its neighbors?
A country that educates its children?
Are we not a country that can lead by example rather than by force?
Is ours a government of the people, by the people, for the people?

I would like to think so.
But I believe that corporate greed and its involvement in policy making, along with political cronyism have made it nearly impossible for the people to govern.
So we fight amongst ourselves over the spin of political slogans and half truths.
And so we are divided.

It is time for a change and that is why I support Barack Obama for President.

Respectfully,

Dave Matthews

Testemunhos destes há muitos, basta procurar um bocadinho.
Eu também sou por este senhor.

23/01/2008

R.I.P.


Heath Ledger 1979-2008

16/01/2008

Men in trees



We're all a little in the dark when it comes to love.
Sometimes you have to run away from it to see it clearly.
And sometimes you have to come home to try it again.

The optimists know that there is an endless amount of love to go around.
The others of us can only hope we are not the ones left without a seat when the music stops.

Even when you get what you want, at best, love is a shot in the dark.
The chance to illuminate things about yourself you didn't know...
Like that you're not over someone yet.
Or that maybe you will be after a very long, very dark night

15/01/2008

A voz

Quando tenho muito tempo em frente ao computador começo a pensar em tudo menos no que tenho para fazer. Não há muita volta a dar-lhe, o blog fica com posts novos, o perfil do hi5 fica bonitinho, com coisas novas e o YouTube passar a ser muito visitado. Tudo isto enquanto tenho mesmo de trabalhar...
Foi numa dessas minhas horas em que não me apetecia fazer o que tinha realmente para fazer que o descobri.
Descobri uma voz que mexe comigo. Não consigo explicar porquê. Mexe mesmo comigo. É uma voz de uma pessoa que por acaso está próxima de mim, um bocado próxima de mim, num estilo de 6 graus (que devem ser menos no meu caso) mas que nunca tinha ouvido realmente.
Há muito tempo que reconheço a cara, só há pouco tempo meti um nome nessa cara e alguém lhe meteu uma vida que eu desconhecia por completo. Essa vida tem sido completada a pouco e pouco e tenho descoberto coisas que não fazia ideia. Não é nada, mas a voz fica-me a ecoar na minha mente. Gosto mesmo de ouvir. Muito.
E tudo começou com a voz... Que voz...

13/01/2008

Californication

Não, não é o album que tantas vezes já ouvi. É a série que o David Duchovny protagoniza. Não é nada parecido com os Ficheiros Secretos, nem de perto, nem de longe.

O dia-a-dia de alguém que está mesmo messed up, para nem dizer aquela expressão começada por fu****.

Gostei muito de ver os primeiros dois espisódios. Aconselho a pessoas de mente aberta e preparadas para ver qualquer coisa que fuja à normalidade dos relacionamentos, à normalidade da vida.

Já dei umas gargalhadas à custa da série. Gostei.

Não é aconselhável a menores, tem linguagem imprópria, muito sexo, muita nudez... Eu avisei!

Edit: parece que vai dar na televisão portuguesa. Num canal de cabo. Mais informação aqui. E não, não é pornográfica, falta pouco, mas não é.

10/01/2008

Vou escrever!

Vou escrever. Vou pôr no papel aquilo que o meu coração não sente e por onde os meus pensamentos vagueiam.
Vou escrever o que gostava de sentir, o que quero sentir.
Gostava de ter sentido.
Gostava de ter estado viva quando estive com ele. Afinal, era ele que estava ali, à minha frente, era ele que me tratava pelo nome, engraçado como nunca sei o que lhe chamar... era ele que me fazia rir... como há muito tempo ele fez.
Era ele com os seus olhos castanhos que me olhava e parecia que me queria dizer tudo o que lhe faltava dizer.
Era ele com a sua gargalhada que me convencia a rir.
Era ele com os seus toques subtis no meu braço que se tentava aproximar de mim.
Era ele que ali estava.
Era ele que ali estava por que eu o pedi.
Eu pedi um encontro. Eu precisava de um encontro que me mostrasse um caminho.
O caminho ele mostrou-mo. Não estava relacionado com ele. Nunca esteve. Se estivesse, não nos teríamos encontrado. Se fosse um caminho que dele dependesse não quereria ter tido esse encontro.
Ele estava ali. E eu... eu... eu estava adormecida pelas drogas que me prescreveram. Eu estava ali e pensava na minha ama. Eu estava ali e não o ouvia. Acenava com a cabeça, sorria, esperava pelas suas perguntas que tentava o mais fielmente responder, sentia-me um fardo ao estar ali, sentia que lhe estava a ocupar o tempo que precisava para outra qualquer demanda que não a vida pessoal.
Eu estava ali e só o usei para me mostrar aquilo que já suspeitava.
Estivemos juntos algum tempo. Deu para saber como tinha andado. Não perguntei nem ía perguntar. Não lhe ía fazer uma pergunta da qual eu não queria saber a resposta.
Estivemos juntos, falamos das nossas vidas sem falarmos de nós. Não lhe disse que passei um ano a pensar nele dia após dia. Não lhe disse que ainda procurava saber dele, sem ter alguém a quem perguntar e sem saber bem como saber o que queria saber, gostava de saber se estava bem.
Uma vez senti-o. E vi-o, sem saber onde ele estava. Não sei explicar. Não sei como. Sei-o.
No nosso encontro usei-o. Ele sabia-o.
Houve aqueles silêncios incómodos de 2 ou 3 segundos que não deixam marcas para dúvidas. Havia tanto por dizer, mas não me cabia a mim dizer que já estive magoada contigo, que me escondi neste esconderijo para não me encontrares e que agora talvez te mande estes escritos.
Agora ... agora ... agora já não faz mal.
Usei-o para me dar uma resposta. Deu-ma. Não a vou seguir. Ou talvez vá, ainda não sei. Custa-me pedir conselhos e não os seguir. Custa-me porque reconheço que a tua opção é melhor e mais segura que a minha hipótese. Sei que é, mas devo-o aos outros. Devo-lhes isso mesmo.
Mas não senti aquilo que tinha medo de sentir. Não senti borboletas, não senti remorso, não senti vontade de lhe tocar. Não sinto.
Estive contigo e não senti o que queria sentir. Já não sei o que é sentir, já não sei como posso voltar a sentir. Já nem me interessava saber se era por ti ou pelo vizinho da mesa do lado ou pelo senhor que cantava... Neste ponto só queria sentir algo, só me queria sentir viva. Já não sei o que é sentir... por agora não sei o que é sentir...
Não fiques triste. É assim a vida. Sei que um dia vou voltar a sentir. Sei-o como sei quem tu és. Entraste na minha vida e saíste com a mesma urgência. Ficaste por pouco tempo. Não estou a contar o tempo em que não estivemos realmente juntos, não vale a pena. Nunca me disseste que estavas chateado, que não me querias ver ou que era melhor não estarmos juntos. Se o disseste não me lembro.
Gostei do tempo que passámos juntos. Fui feliz. Agora não sou tanto, não por tu não estares na minha vida, mas apenas por não sentir. Não sinto o que quero, não sinto o que procuro. Talvez apareça um dia.
Talvez a pedra saia do teu caminho, espero sinceramente. Gostava que saísse para que fosses feliz, como um dia me fizeste feliz. Gostava realmente.
Por agora… não sinto. Não te sinto a ti há muito tempo. Não sinto.

08/01/2008

argh...

Há dias em que precisava mesmo de espaço.... O meu espaço...