29/11/2006

Coragem houvesse...

Coragem houvesse e ter-me-ía aproximado de ti.
Coragem houvesse e eu seria outra que não eu.
Coragem houvesse e eu teria ficado sem este sentimento de algo por dizer.

Ter-me-ía bastado aproximar e murmurar palavras que tantas vezes por dia digo, olá, como estás, bastaria para de novo me afundar. Ao invés, fiquei quieta, imóvel, escondida por detrás de uma sombra imaginária.

Um olá teria sido suficiente para agora não me sentir interrompida, tirada à força de um local onde me sentia em casa.

Não quis reavivar memórias, não quis voltar a ouvir a tua voz, não te quis ver, olhar para ti, ver que não estás bem, ver que o sorriso desapareceu, ver que já não és tu, por quem me apaixonei.

Estavas acompanhado, estavas com ela. Ela que te trazia um novo sorriso, já não o conseguia fazer. Estavas imóvel, olhar fixo no nada. Olhar para o vazio, como se só ali te sentisses bem, como se só ali te conseguisses encontrar.

Estávamos a dois metros de distância. Separados por aquela sombra imaginária que me protege, como se de uma redoma se tratasse.
Não me aproximei. Os dois metros transformaram-se de novo em quilómetros e desapareceste, de novo, da minha visão.

Coragem houvesse e eu ter-me-ía aproximado.
Coragem houvesse e eu seria outra que não eu.

Inspirado num momento do meu dia.

Há Palavras que nos Beijam

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras que mais beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras se cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de que se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes.
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neil

27/11/2006

a vida de um insecto que canta!

Adorei este videoclip! Acho que está fantástico, para além da música que também não é nada má! Hope you'll enjoy it too!

21/11/2006

Reynaldo Gianecchini


E ele está solteiro!
Meninas a vossa vez poderá chegar! Ou então não!

14/11/2006

ele há coisas...

... que eu não entendo. Mas... nem me vou esforçar!


Sê bem vindo! Comenta quando quiseres.

01/11/2006

e se agora aparecesses...

E se agora me tocasses à campainha?
E se agora me dissesses olá?
E se agora me sorrisses com esse teu sorriso de menino?
E se agora subisses lentamente as escadas enquanto te perguntava se estava tudo bem e o que fazias aqui?
E se continuasses a subir, sorrindo, olhando-me nos olhos?
E se chegasses perto de mim e me beijasses na cara, como fazes sempre?
E se depois de eu querer respostas tuas, tu apenas me dissesses que me querias ver?
E se eu ficasse envergonhada, corando ao ouvir a tua resposta?
E se depois me mostrasses o teu sorriso lindo e me afagasses a cara?

Depois subíriamos o resto das escadas.

E se ao chegar cá a cima me virasse para ti e tu me desses a mão?
E se eu sentisse o meu corpo estremecer com o teu toque?
E se eu parasse a olhar para ti? Um segudo bastaria para que tu me agarrasses e me encostasses à parede do corredor, olhando para mim, olhando-me nos meus olhos, um braço a rodear-me, a prender-me na prisão que não o era, e a mão na minha cara. Enquanto me olhasses como mais ninguém me olha, enquanto o meu coração aumentasse de ritmo, enquanto eu sentisse a tua respiração a ficar ofegante...

E se depois não resistíssemos e nos beijássemos? E se aquele beijo fosse o início de algo maior, de algo que saberíamos que não conseguiríamos parar?
E se naquele beijo, enquanto nos abraçássemos, sentíssemos que já o deveríamos ter feito? Que aquele era apenas o primeiro dos nossos beijos.

E se as minhas mãos procurassem as tuas mãos? E se apenas as mãos não chegassem?
E se as minhas mãos te procurassem a ti? E se os meus braços te abraçassem? E te prendessem num abraço do qual não queríamos sair?

E se nos parássemos de beijar apenas para nos olharmos? Para tentarmos falar e soubéssemos que não eram precisas palavras para dizer aquilo que estávamos a sentir?
E se nos continuassemos a beijar? Como se fosse uma despedida, apesar de sabermos que era o início?
E se do corredor passássemos para o meu quarto? E se aí nos contínuassemos a beijar? Sentindo os nossos corpos juntos.

E se aí parássemos, para nos olhar? E se com esse olhar estivéssemos a pedir autorização para fazer aquilo que os nossos corações nos diziam para fazer?
E se os nossos corpos não nos deixassem falar? E se os nossos corações nos dissessem que sim? E se não parássemos mais?

E se quando o sol voltasse a brilhar me dissesses bom dia? E se depois me dissesses que querias ficar para sempre assim?

Isso sim aconteceria... se agora aparecesses...