28/12/2007

Something I came across today...

"I have something to tell you...
You do take my breath away...
You make my heart beat faster...
You make my palms sweat...
But that doesn't mean i don't love you...
It means I do.
Sometimes... you heart knows things your mind can't explain...
And my heart doesn't race for anyone else.
I love you..."

(Daniel Meade talking on the phone to Sofia, from Ugly Betty)

again... how is it? really?

Clive Owen

Este senhor sempre mexeu comigo. Não consigo explicar. Não é muito bonito, não tem carinha laroca. Tem cara de homem que trabalhou, cara marcada e mesmo assim mexe comigo.

Foto tirada da net
É moreno de olhos verdes. Só isso basta para mexer comigo. Mas há ali mais... Há mistério, há ali um sorriso franco. Não o vi em papéis fáceis. Lembro-me do Closer que é um filme que mexe tanto comigo que não posso vê-lo amiude. E agora vou ver Elizabeth: The Golden Age onde ele entra e a pela queimada pelo sol, como qualquer pirata dos mares, lhe intensifica a cor dos olhos. Bom, vou até ali suspirar um bocadinho e já volto para o mundo virtual.

20/12/2007

Tu

Há dias em que não devia sequer em pensar acordar... Dias esses que custam a passar e que me mostram como não devia nunca estar. Não gosto de estar triste. Não gosto de me sentir assim, mas o certo é que me sinto assim. Há algum tempo, mas hoje as lágrimas quase que caiem ao ouvir sons conhecidos de músicas que me embalam neste deambular constante pela cidade.

Não percebo se nasci azarada, se nunca tive sorte, se sempre tive sorte, se aquilo que quero é aquilo que não devo ter... Não sei para que é que aqui ando. Não sei mesmo.

Não percebo por que não me sorris, não percebo por que não me olhas, não percebo por que não me falas.

Não percebo por que te sorrio, não percebo por que te olho, não percebo por que te falo.

Não me queres. Eu quero-te.

Por que não me vês? Estou aqui. Estou ali sempre que quiseres. Estou aqui por ti. Para ti.

Não existes. És um produto do meu ser. És uma vida que queria que fosse vivida. és uma imagem criada para mim, de mim. És e serás sempre tu. Não sei quem és, não te vejo, não te reconheço nas caras desconhecidas que vejo. Não sei quem poderás ser. Não te reconheço.

Mas sei que existes. Em algum lado. Sei que te falo por que te sinto. Sei que te sorrio por que te vejo. Sei que te sorrio por que me sinto bem quando o faço.

Estou triste. Quero-te. Não sei quem és. Não existes.

14/12/2007

Falling in love...

...


...


...


...should be wonderful...











I don't know... I truly don't remember...
...

13/12/2007

Palavras sábias!

Esta coisa de gostar de alguém

Esta coisa de gostar de alguém não é para todos e, por vezes – em mais casos do que se possa imaginar – existem pessoas que pura e simplesmente não conseguem gostar de ninguém. Esperem lá, não é que não queiram – querem! – mas quando gostam – e podem gostar muito – há sempre qualquer coisa que os impede. Ou porque a estrada está cortada para obras de pavimentação. Ou porque sofremos de diabetes e não podemos abusar dos açucares. Ou porque sim e não falamos mais nisto. Há muita gente que não pode comer crustáceos, verdade? E porquê? Não faço ideia, mas o médico diz que não podemos porque nascemos assim e nós, resignados, ao aproximar-se o empregado de mesa com meio quilo de gambas que faz favor, vamos dizendo: “Nem pensar, leve isso daqui que me irrita a pele”.

Ora, por vezes, o simples facto de gostarmos de alguém pode provocar-nos uma alergia semelhante. E nós, sabendo-o, mandamos para trás quando estávamos mortinhos por ir em frente. Não vamos.. E muitas das vezes, sabendo deste nosso problema, escolhemos para nós aquilo que sabemos que, invariavelmente, iremos recusar. Daí existirem aquelas pessoas que insistem em afirmar que só se apaixonam pelas pessoas erradas. Mentira. Pensar dessa forma é que é errado, porque o certo é perceber que se nós escolhemos aquela pessoa foi porque já sabíamos que não íamos a lado nenhum e que – aqui entre nós – é até um alívio não dar em nada porque ia ser uma chatice e estava-se mesmo a ver que ia dar nisto. E deu. Do mesmo modo que no final de 10 anos de relacionamento, ou cinco, ou três, há o hábito generalizado de dizermos que aquela pessoa com quem nós nos casámos já não é a mesma pessoa, quando por mais que nos custe, é igualzinha. O que mudou – e o professor Júlio Machado Vaz que se cuide – foram as expectativas que nós criamos em relação a ela. Impressionados?


Pois bem, se me permitem, vou arregaçar as mangas. O que é díficil – dizem – é saber quando gostam de nós. E, quando afirmam isto, bebo logo dois dry martinis para a tosse. Saber quando gostam de nós? Mas com mil raios, isso é o mais fácil porque quando se gosta de alguém não há desculpas nem “ ai que amanhã não dá porque tenho muito trabalho”, nem “ ai que hoje era bom mas tenho outra coisa combinada” nem “ ai que não vi a tua chamada não atendida”.

Quando se gosta de alguém – mas a sério, que é disto que falamos – não há nada mais importante do que essa outra pessoa. E sendo assim, não há sms que não se receba porque possivelmente não vimos, porque se calhar estava a passar num sítio sem rede, porque a minha amiga não me deu o recado, porque não percebi que querias estar comigo, porque recebi as flores mas pensava não serem para mim, porque não estava em casa quando tocaste.

Quando se gosta de alguém temos sempre rede, nunca falha a bateria, nunca nada nos impede de nos vermos e nem de nos encontrarmos no meio de uma multidão de gente. Quando se gosta de alguém não respondemos a uma mensagem só no final do dia, não temos acidentes de carro, nem nunca os nossos pais se sentiram mal a ponto de nos impossibilitarem o nosso encontro. Quando se gosta de alguém, ouvimos sempre o telefone, a campaínha da porta, lemos sempre a mensagem que nos deixaram no vidro embaciado do carro desse Inverno rigoroso. Quando se gosta de alguém – e estou a escrever para os que gostam - vamos para o local do acidente com a carta amigável, vamos ter com ela ao corredor do hospital ver como estão os pais, chamamos os bombeiros para abrirem a porta, mas nada, nada nos impede de estar juntos, porque nada nem ninguém é mais importante, do que nós.

Fernando Alvim
Espero bem que não

12/12/2007

tlml

uma semana e meia depois de ter perdido o meu telemóvel novo, continuo a procurá-lo como se tivesse caído em algum lugar da minha casa...
ai ai...

11/12/2007

Natal à Beira-Rio

Uma prenda de Natal que recebi ontem vinha acompanhada deste poema.

NATAL À BEIRA-RIO
É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?

David Mourão-Ferreira, Obra Poética 1948-1988
Lisboa, Editorial Presença, 1988

09/12/2007

Maria-dos-olhos-grande e Zé Pimpão

Uma das festas de Natal que vou este ano tem esta história. Vale a pena ler.

Maria-dos-olhos-grandes e Zé Pimpão

Maria-dos-olhos-grandes
tinha uns olhos grandes grandes
que pareciam azeitonas
Maria-dos-olhos-grandes
tinha uns olhos de ver o mundo
Maria tinha umas tranças
pequeninas
bem espetadas
pareciam duas antenas
Maria tinha umas tranças
bem espetadas de ouvir o mundo
Maria tinha um vestido
que era de todas as cores
mas uma de cada vez
Maria tinha um vestido
com todas as cores do mundo


Maria tinha um amigo
muito giro muito vivo
moço da rua e da gente
era um amigo a valer
Maria tinha um amigo
chamava-se Zé Pimpão
Zé Pimpão era um miúdo
de olhos piscos guedelhudo
Zé Pimpão sabia o mundo
Zé Pimpão tinha nos olhos
as viagens que sonhou.
Zé Pimpão tinha nos olhos
a côr do sol e do mar
Zé Pimpão tinha nos pés
uns pés grandes e descalços
Zé Pimpão com os pés nús
sentia melhor a rua

Numa manhã quente quente
com o sol bem descarado
com um sol de passear
assobiou Zé Pimpão
para apressar a Maria
Maria veio, deu-lhe a mão
foram-se os dois a cantar
Zé Pimpão levou Maria
a ver o mundo muito longe
Zé Pimpão levou Maria
a ver os dois lados do mundo

Maria-dos-olhos-grandes
não podia acreditar
que o mundo era assim
Maria-dos-olhos-grandes
julgava que o mundo mundo
era só o seu jardim

Zé Pimpão estva contente
Mas não sabia Maria que depois
do seu jardim...
Mas não sabia Maria
que o mundo era muita gente?
Maria-dos-olhos-grandes
pensava que o mundo a sério
era a tia Joaquina
era o tio Salustrião
era o pai e era a mãe
mais o primo pequenino
e é claro o Zé Pimpão
Maria-dos-olhos-grandes
Via o mundo pequenino

E Zé Pimpão mais sizudo
mostrou então à Maria
que num dos lados do mundo
havia prédios bem altos
e mais jardins floridos
muita luz e muitas cores
Zé Pimpão levou Maria
do lado de cá do mundo

Foram foram saltitando
sobre as pedrinhas na lama
vendo cortinas-jornais
telhados de papelão
e miúdos reinadios
amigos do Zé Pimpão
que nunca olharam o céu
pois vêem o sol nos charcos
pois vêm o sol no chão
Com uns olhos tristes tristes
Zé Pimpão levou Maria
do lado de lá do mundo
do lado que não se vê

onde há barracas escuras
Feitas nem sabe de quê
e miúdos a chorar
e onde os brinquedos são pedras
e a lama são os jardins
Zé Pimpão levou Maria
do lado de lá do mundo

Maria viu e reviu
um mundo novo tão velho
que precisa de aprender
que precisa que os meninos
o ensinem a crescer
Para fazer um mundo novo
um mundo velho tão novo
Quando voltaram à noite
Maria-dos-olhos-grandes
com uns olhos de ver mundo
trazia o mundo nos olhos
para dizer ao Zé Pimpão:

Zé Pimpão vamos fazer
que haja um só lado do mundo
Ou só o lado de cá
ou só o lado de lá
Zé pimpão eu queria o mundo
com todos do mesmo lado
Se não há jardins para todos
vou dividir os canteiros
se os canteiros não chegarem
uma flor para cada um
e se as flores forem poucas
há pétalas
enfim há cheiro
mas todos terão igual.

Canuto Jorge Glória - Edições ITAU - s/data

05/12/2007

Carlos Drummond de Andrade

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

-

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.


01/12/2007

Before Sunrise




Quantas vezes não me senti já assim... Sem saber o que dizer e o que fazer... Com medo do que a minha atitude pudesse revelar... Com medo da atitude de resposta...
Estou a rever estes filmes. Por tudo e por nada...