Vou escrever. Vou pôr no papel aquilo que o meu coração não sente e por onde os meus pensamentos vagueiam.
Vou escrever o que gostava de sentir, o que quero sentir.
Gostava de ter sentido.
Gostava de ter estado viva quando estive com ele. Afinal, era ele que estava ali, à minha frente, era ele que me tratava pelo nome, engraçado como nunca sei o que lhe chamar... era ele que me fazia rir... como há muito tempo ele fez.
Era ele com os seus olhos castanhos que me olhava e parecia que me queria dizer tudo o que lhe faltava dizer.
Era ele com a sua gargalhada que me convencia a rir.
Era ele com os seus toques subtis no meu braço que se tentava aproximar de mim.
Era ele que ali estava.
Era ele que ali estava por que eu o pedi.
Eu pedi um encontro. Eu precisava de um encontro que me mostrasse um caminho.
O caminho ele mostrou-mo. Não estava relacionado com ele. Nunca esteve. Se estivesse, não nos teríamos encontrado. Se fosse um caminho que dele dependesse não quereria ter tido esse encontro.
Ele estava ali. E eu... eu... eu estava adormecida pelas drogas que me prescreveram. Eu estava ali e pensava na minha ama. Eu estava ali e não o ouvia. Acenava com a cabeça, sorria, esperava pelas suas perguntas que tentava o mais fielmente responder, sentia-me um fardo ao estar ali, sentia que lhe estava a ocupar o tempo que precisava para outra qualquer demanda que não a vida pessoal.
Eu estava ali e só o usei para me mostrar aquilo que já suspeitava.
Estivemos juntos algum tempo. Deu para saber como tinha andado. Não perguntei nem ía perguntar. Não lhe ía fazer uma pergunta da qual eu não queria saber a resposta.
Estivemos juntos, falamos das nossas vidas sem falarmos de nós. Não lhe disse que passei um ano a pensar nele dia após dia. Não lhe disse que ainda procurava saber dele, sem ter alguém a quem perguntar e sem saber bem como saber o que queria saber, gostava de saber se estava bem.
Uma vez senti-o. E vi-o, sem saber onde ele estava. Não sei explicar. Não sei como. Sei-o.
No nosso encontro usei-o. Ele sabia-o.
Houve aqueles silêncios incómodos de 2 ou 3 segundos que não deixam marcas para dúvidas. Havia tanto por dizer, mas não me cabia a mim dizer que já estive magoada contigo, que me escondi neste esconderijo para não me encontrares e que agora talvez te mande estes escritos.
Agora ... agora ... agora já não faz mal.
Usei-o para me dar uma resposta. Deu-ma. Não a vou seguir. Ou talvez vá, ainda não sei. Custa-me pedir conselhos e não os seguir. Custa-me porque reconheço que a tua opção é melhor e mais segura que a minha hipótese. Sei que é, mas devo-o aos outros. Devo-lhes isso mesmo.
Mas não senti aquilo que tinha medo de sentir. Não senti borboletas, não senti remorso, não senti vontade de lhe tocar. Não sinto.
Estive contigo e não senti o que queria sentir. Já não sei o que é sentir, já não sei como posso voltar a sentir. Já nem me interessava saber se era por ti ou pelo vizinho da mesa do lado ou pelo senhor que cantava... Neste ponto só queria sentir algo, só me queria sentir viva. Já não sei o que é sentir... por agora não sei o que é sentir...
Não fiques triste. É assim a vida. Sei que um dia vou voltar a sentir. Sei-o como sei quem tu és. Entraste na minha vida e saíste com a mesma urgência. Ficaste por pouco tempo. Não estou a contar o tempo em que não estivemos realmente juntos, não vale a pena. Nunca me disseste que estavas chateado, que não me querias ver ou que era melhor não estarmos juntos. Se o disseste não me lembro.
Gostei do tempo que passámos juntos. Fui feliz. Agora não sou tanto, não por tu não estares na minha vida, mas apenas por não sentir. Não sinto o que quero, não sinto o que procuro. Talvez apareça um dia.
Talvez a pedra saia do teu caminho, espero sinceramente. Gostava que saísse para que fosses feliz, como um dia me fizeste feliz. Gostava realmente.
Por agora… não sinto. Não te sinto a ti há muito tempo. Não sinto.
Vou escrever o que gostava de sentir, o que quero sentir.
Gostava de ter sentido.
Gostava de ter estado viva quando estive com ele. Afinal, era ele que estava ali, à minha frente, era ele que me tratava pelo nome, engraçado como nunca sei o que lhe chamar... era ele que me fazia rir... como há muito tempo ele fez.
Era ele com os seus olhos castanhos que me olhava e parecia que me queria dizer tudo o que lhe faltava dizer.
Era ele com a sua gargalhada que me convencia a rir.
Era ele com os seus toques subtis no meu braço que se tentava aproximar de mim.
Era ele que ali estava.
Era ele que ali estava por que eu o pedi.
Eu pedi um encontro. Eu precisava de um encontro que me mostrasse um caminho.
O caminho ele mostrou-mo. Não estava relacionado com ele. Nunca esteve. Se estivesse, não nos teríamos encontrado. Se fosse um caminho que dele dependesse não quereria ter tido esse encontro.
Ele estava ali. E eu... eu... eu estava adormecida pelas drogas que me prescreveram. Eu estava ali e pensava na minha ama. Eu estava ali e não o ouvia. Acenava com a cabeça, sorria, esperava pelas suas perguntas que tentava o mais fielmente responder, sentia-me um fardo ao estar ali, sentia que lhe estava a ocupar o tempo que precisava para outra qualquer demanda que não a vida pessoal.
Eu estava ali e só o usei para me mostrar aquilo que já suspeitava.
Estivemos juntos algum tempo. Deu para saber como tinha andado. Não perguntei nem ía perguntar. Não lhe ía fazer uma pergunta da qual eu não queria saber a resposta.
Estivemos juntos, falamos das nossas vidas sem falarmos de nós. Não lhe disse que passei um ano a pensar nele dia após dia. Não lhe disse que ainda procurava saber dele, sem ter alguém a quem perguntar e sem saber bem como saber o que queria saber, gostava de saber se estava bem.
Uma vez senti-o. E vi-o, sem saber onde ele estava. Não sei explicar. Não sei como. Sei-o.
No nosso encontro usei-o. Ele sabia-o.
Houve aqueles silêncios incómodos de 2 ou 3 segundos que não deixam marcas para dúvidas. Havia tanto por dizer, mas não me cabia a mim dizer que já estive magoada contigo, que me escondi neste esconderijo para não me encontrares e que agora talvez te mande estes escritos.
Agora ... agora ... agora já não faz mal.
Usei-o para me dar uma resposta. Deu-ma. Não a vou seguir. Ou talvez vá, ainda não sei. Custa-me pedir conselhos e não os seguir. Custa-me porque reconheço que a tua opção é melhor e mais segura que a minha hipótese. Sei que é, mas devo-o aos outros. Devo-lhes isso mesmo.
Mas não senti aquilo que tinha medo de sentir. Não senti borboletas, não senti remorso, não senti vontade de lhe tocar. Não sinto.
Estive contigo e não senti o que queria sentir. Já não sei o que é sentir, já não sei como posso voltar a sentir. Já nem me interessava saber se era por ti ou pelo vizinho da mesa do lado ou pelo senhor que cantava... Neste ponto só queria sentir algo, só me queria sentir viva. Já não sei o que é sentir... por agora não sei o que é sentir...
Não fiques triste. É assim a vida. Sei que um dia vou voltar a sentir. Sei-o como sei quem tu és. Entraste na minha vida e saíste com a mesma urgência. Ficaste por pouco tempo. Não estou a contar o tempo em que não estivemos realmente juntos, não vale a pena. Nunca me disseste que estavas chateado, que não me querias ver ou que era melhor não estarmos juntos. Se o disseste não me lembro.
Gostei do tempo que passámos juntos. Fui feliz. Agora não sou tanto, não por tu não estares na minha vida, mas apenas por não sentir. Não sinto o que quero, não sinto o que procuro. Talvez apareça um dia.
Talvez a pedra saia do teu caminho, espero sinceramente. Gostava que saísse para que fosses feliz, como um dia me fizeste feliz. Gostava realmente.
Por agora… não sinto. Não te sinto a ti há muito tempo. Não sinto.
a escrita é, sem dúvida, um bálsamo para a alma. quando se passa para o papel todo o que vai cá dentro, por muito custoso que seja, parece que por um momento tudo fica melhor e sente-se algo.
ReplyDeleteeu senti o teu texto.
*
Amiga!
ReplyDeleteEu também senti o teu texto. E para além de ter sentido tenho de te dizer que isso do não sentir nada é muito chato.
Beijo enorme
P.S Tu és linda por fora e marvilhosa por dentro.
Mulheres....
ReplyDeleteAnónimo, sem qualquer tipo de dúvida...
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