Ontem pensei num post completo. Sabia como começá-lo e sabia exactamente o que queria escrever. Sabia que palavras usar porque o repeti em voz baixa para mim. Sabia claramente que tempos verbais usar, mesmo cometendo os mesmos erros que costumo cometer quando as palavras me saem do coração e ficam atabalhoadas pela falta de ar com a urgência de as dizer
Sabia... Ontem sabia o motivo pelo qual eu escrevia.
Sabia... Ontem... Hoje já nem sei. Hoje já não consigo reproduzir o que ontem teve de sair do meu peito enquanto as lágrimas rolavam pela minha cara.
Hoje já não sei o motivo específico daquelas lágrimas.
Hoje sei que se quisesse conseguia pensar naquele ou no outro tema que me traria lágrimas novamente à almofada.
Hoje sei que conseguia chorar, se quisesse.
Mas ontem... Ontem sabia exactamente a razão.
Um esconderijo. A mesma alma. A mesma escrita. Outro local onde a ficção e a realidade se hão-de sempre misturar!
14/09/2011
23/04/2011
Amor, Amore, Love, Amour, Liebe
"O Amor em Portugal é um sopro ou um segredo, mas nunca é um grito. Os portugueses escondem a palavra "Amor" debaixo da língua ou atrás dos dentes como se tivessem vergonha de a soltar e, não vá ela morder alguém, quando a deixam vir cá fora espreitar amordaçam-na com o acento circunflexo (ô) que está lá mesmo sem estar.
Já os ingleses dizem "Love" como quem vai beber uma Pint a um pub, o que torna a palavra um tanto ou quanto banal. Aplicam o "Love" tanto a uma pessoa como a um objecto qualquer. Se uma inglesa me disser "I Love you" alguma vez na vida, ficarei sempre na dúvida se ela me ama ou se me quer comprar. A palavra "Love" não se esconde como a palavra "Amor", mas circula de boca em boca como um bêbado solitário o faz nas ruas de Londres: sem dar cavaco a ninguém.
É por isso que gosto da Itália, onde "Amore" é tão grande que é difícil escondê-la onde quer que seja, quanto mais num canto da boca ou atrás dos dentes. O "Amore" é aberto e confirma-se sempre com o "Io te voglio tanto bene" para que não restem dúvidas e para que a coisa venha com garra.
A garra, precisamente, é o que falta aos franceses. O "Amour" nunca vem só, é servido numa taça com champanhe, flores e caviar como se só pudéssemos ter o seu usufruto se lavássemos primeiro as mãos e nos vestíssemos apropriadamente. Exactamente o contrário dos alemães, cujo "Liebe" parece ter tesão para pouco mais de cinco minutos.
A forma como se diz "Amor" quer dizer tudo sobre um povo, e se é verdade que nós não somos capazes de gritar como os italianos, não nos queremos vulgarizar como os ingleses, não somos de floreados como os franceses nem martelamos como os alemães, também é verdade que segredamos como ninguém.
O nosso "Amor" é assim, um segredo que vagueia entre a louca nudez de um dia de Verão e a tristeza momentânea de um dia de chuva. Somos assim. Eu sou assim. De facto tenho orgulho nisso, num Amor que é tão saboroso quanto melancólico e que só se dá quando os lábios se aproximam do ouvido e dizem: "Eu Amo-te!"."
Já os ingleses dizem "Love" como quem vai beber uma Pint a um pub, o que torna a palavra um tanto ou quanto banal. Aplicam o "Love" tanto a uma pessoa como a um objecto qualquer. Se uma inglesa me disser "I Love you" alguma vez na vida, ficarei sempre na dúvida se ela me ama ou se me quer comprar. A palavra "Love" não se esconde como a palavra "Amor", mas circula de boca em boca como um bêbado solitário o faz nas ruas de Londres: sem dar cavaco a ninguém.
É por isso que gosto da Itália, onde "Amore" é tão grande que é difícil escondê-la onde quer que seja, quanto mais num canto da boca ou atrás dos dentes. O "Amore" é aberto e confirma-se sempre com o "Io te voglio tanto bene" para que não restem dúvidas e para que a coisa venha com garra.
A garra, precisamente, é o que falta aos franceses. O "Amour" nunca vem só, é servido numa taça com champanhe, flores e caviar como se só pudéssemos ter o seu usufruto se lavássemos primeiro as mãos e nos vestíssemos apropriadamente. Exactamente o contrário dos alemães, cujo "Liebe" parece ter tesão para pouco mais de cinco minutos.
A forma como se diz "Amor" quer dizer tudo sobre um povo, e se é verdade que nós não somos capazes de gritar como os italianos, não nos queremos vulgarizar como os ingleses, não somos de floreados como os franceses nem martelamos como os alemães, também é verdade que segredamos como ninguém.
O nosso "Amor" é assim, um segredo que vagueia entre a louca nudez de um dia de Verão e a tristeza momentânea de um dia de chuva. Somos assim. Eu sou assim. De facto tenho orgulho nisso, num Amor que é tão saboroso quanto melancólico e que só se dá quando os lábios se aproximam do ouvido e dizem: "Eu Amo-te!"."
do bagaço amarelo no não compreendo as mulheres
18/03/2011
"It’s a big bad world full or twist and turns and people have a way of blinking and missing the moment. "
Dear Karen,
If you're reading this, it means I actually worked up the courage to mail it so good for me. You don’t know me very well, but if you get me started I tend to go on and on about how hard the writing is for me. This is the hardest thing I ever had to write. There no easy way to say this so I’ll just say it, I met someone. It was an accident, I wasn’t looking for it, I wasn’t one the make it was a perfect storm. She said one thing and I said another and the next thing I knew I wanted to spend the rest of my life in the middle of that conversation. Now there this feeling in my gut that she might be the one. She completely nuts in a way that makes me smile highly neurotic, a great deal of maintenance acquired. She is you Karen, that’s the good news. The bad news is that I don't know how to be with you right now, and that scares the shit out of me. Because if I am not with you right now I have this feeling we will get lost out there. It’s a big bad world full or twist and turns and people have a way of blinking and missing the moment. The moment that could of changed everything. I don’t know what’s going on with us and I can’t tell you should waste a leap of faith on the likes of me. But damn you smell good, like home and you make excellent coffee that has to count for something. Call me!
Unfaithfully yours,
Hank Moody
17/03/2011
From the web
A certeza do toque
Ele descobriu hoje que está sozinho. Mais concretamente pela manhã, quando ela saiu, bateu a porta de casa com mais força do que o habitual e depois manteve o telemóvel desligado pelo menos até à hora do almoço. A essa hora, esta hora, ele desistiu de lhe ligar e fez uma descoberta mais grave: já está sozinho há vários anos. Talvez por isso procure agora na água que cai do chuveiro uma carícia na pele, aquela que ela não lhe fez. E pelo ralo se escoa a promessa dum Amor para o tempo que ainda há-de vir.
E talvez seja essa carícia da água a dizer-lhe que o maior é erro é falar de Amor como se fala do tempo, esse tempo que não se sabe de onde vem nem para onde vai. Talvez o Amor não deva nunca ser uma promessa e só dessa forma possa ser uma certeza. A certeza do toque.
A certeza do toque é certeza da mão dada, do beijo, da penetração ou do abraço. É a certeza do sono a dois e do chocolate que se divide em trincas ainda mais doces. É a certeza do ar que se partilha e se respira devagar. Sem toque não há certeza, mesmo que o tempo esteja lá e perdure.
bagaço amarelo, Não compreendo as mulheres
02/03/2011
21/02/2011
19/02/2011
13/02/2011
My Blueberry Nights
Elizabeth: It took me nearly a year to get here. It wasn't so hard to cross that street after all, it all depends on who's waiting for you on the other side.
14/01/2011
Um novo ano
Mudanças... Algumas...
Vontades? Muitas!
Um aperto no coração? Enorme.
Uma vontade de ir? Grande!
please take me back to the start
22/09/2010
Ditos, dizeres e outros mais...
Há frases que me tiram fora do sério. Dizem-nas como se de verdades absolutas se tratasse e tratam os outros como se tivessem de pertencer àquela categoria pré-estabelecida pela sociedade. Mas... E se eu não quiser?
E se eu não quiser que a minha vida se guie por essas convenções do início do século passado?
E se eu não me quiser "arrumar" como se fosse uma qualquer garrafa de azeite que se guarda na prateleira?
E se eu não quiser alguém para ser infeliz, mas querer ser feliz, quer seja sozinha, quer seja na companhia de alguém, mas só ser feliz.

Não quero estar com alguém só para que os outros vejam que já tenho alguém. Não quero estar acompanhada, mas sentir-me sozinha. Quero estar acompanhada e realmente estar com alguém. Quero sentir-me parte de outra pessoa por completo. Quero sentir que alguém também está comigo porque quer, porque é parte de mim também.
Não tenho de me dedicar à família se não quiser. Não tenho a obrigação de o fazer só porque não tenho uma família minha. Não tenho essa obrigação. Se o fizer, quero que me faça sentir bem e nunca sentir uma obrigação.
Sou feliz conhecendo o mundo sozinha. Andando sozinha por aí. Não quero esperar por ter companhia. Não quero eternamente ficar à janela olhando a vida lá fora. Quero mesmo ir lá para fora, quero conhecer, ver, tocar e sentir tudo o que é novo para mim. Quero ir a sítios onde sou feliz. Quero visitar, conhecer, andar... Quero e vou fazê-lo. Não vou esperar sentada à janela.
Vou, sozinha, mas feliz.
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