31/12/2008

A Maldição de Dezembro...

Dezembro do ano passado passou a correr e foi mau! Foi muito mau...
Também porque entre coisas perdidas e roubadas se encontravam isto e isto...

Este ano foi muito melhor... Foi só uma bateria destas e o vírus da época.

De coisas é que reza a história... De coisas, de objectos... Qual o meu estado de espírito não interessa... Passam... São estados...

Da maldição de Dezembro de 07 lembro-me de chorar quase todos os dias, lembro-me de querer mudar e não saber para onde. Lembro-me de amigos a tentarem ajudar e eu a esconder... Eu a esconder-me e a fingir que estava tudo bem...

Da maldição de Dezembro de 08 lembro-me de rir! Muito! Tanto que é uma maldição boa. Sei que fui feliz neste último mês do ano. Sei que muitos destes aí virão e que são meses assim que quero: trabalho, felicidade, amigos e eu... Eu assim... Feliz, contente!

Sozinha, mas feliz. Sozinha, mas esperando e lutando... Esperando e lutando para que seja sempre assim... Feliz!

30/12/2008

tempo...

Se não tens tempo, não fales comigo palavras soltas!
Se não tens tempo, não me enroles com meias palavras.
Se não tens tempo, não desapareças sem mais nem porquê.
Se não tens tempo, diz-me. Diz-me antes que imagine que o teu mundo desmoronou. Antes que pense que algo te aconteceu. Antes que pense que ela chegou e te levou de mim.
Se não tens tempo, diz-me.
Diz-me.
Por favor, diz-me.
Sê honesto. Sincero.
Não sejas cruel ao ponto de me ignorares. Não sejas desonesto ao ponto de me mentires. Não desapareças para não teres de me dizer que não tens tempo.
Eu compreendo falta de tempo. Não compreendo falta de vontade. Mas diz-me.
Diz-me que se o mundo não me levar, eu estarei aqui.
Diz-me que talvez aceite e espere por ti.
Diz-me e talvez eu também não tenha tempo, mas te queira.
Diz-me. Diz-me sempre.
Diz-me a verdade. Sempre. Logo. Assim que ela existir.
Não gosto de meias verdades. Gosto da verdade.
Diz-me sempre.
Se não tiveres tempo, diz-me.

27/12/2008

Évora

Um blog desconhecido, mas com um fundo de algo em comum comigo!

26/12/2008

Garfield

também eu me sinto como o Garfield...

Alguém tem...

Umas hastes piores que as minhas!

25/12/2008

Pablo Neruda

Sonnet XVII

I don’t love you as if you were the salt-rose, topaz
or arrow of carnations that propagate fire:
I love you as certain dark things are loved,
secretly, between the shadow and the soul.

I love you as the plant that doesn’t bloom and carries
hidden within itself the light of those flowers,
and thanks to your love, darkly in my body
lives the dense fragrance that rises from the earth.

I love you without knowing how, or when, or from where,
I love you simply, without problems or pride:
I love you in this way because I don’t know any other way of loving

but this, in which there is no I or you,
so intimate that your hand upon my chest is my hand,
so intimate that when I fall asleep it is your eyes that close.

há dias em que também eu gostava...

De conseguir escrever assim!

Mãos

Eram três e já se conheciam há muito tempo, mas eram só amigos. E era sábado, sessão de cinema na casa dela. Cinema, pipoca, algumas gargalhadas. O filme acabou e continuaram conversando e bebendo cerveja. Ligaram o som, contaram piadas, fofocas, as trivialidades de sempre. Riram muito.

Horas depois, estavam cansados e levemente bêbados. Ela sentou-se entre eles no sofá e ficou totalmente à vontade.

Silêncio de elevador.

Cansada, deixou a cabeça pender sobre o ombro do da direita: Carlos.

Silêncio de elevador

Diego e Carlos se entreolharam. Um não sabia o que o outro estavam pensando, mas havia um certo clima no ar, uma espécie de cumplicidade. Era aquela comunicação que os homens têm uns com os outros e que as mulheres invejam.

Ela se aconchegou ainda mais no ombro dele. A boca entreaberta, carnuda, deixava entrever os dentes. E ela respirava num ritmo tão…

Diego e Carlos sorriram. Diego fez um sinal imperceptível, um leve abano de cabeça, que Carlos interpretou como assentimento. Este acariciou o queixo dela e colocou as mãos entre os cabelos. Aquela respiração era tão…

Silêncio de elevador e ela achava estranho aquele carinho leve, delicado, mas insistente, perspicaz. Embora quisesse protestar, deixou-se levar pela mistura perigosa entre o álcool e a excitação. Sentia uma certa dormência, um torpor entre a embriaguês e a completa sobriedade. Perfeito para fazer as piores loucuras e eximir-se depois.

E ela sentiu a mão de Diego na sua coxa esquerda. Mão de homem, forte, descuidada. Mão de proletário que virtuoso caminhava com uma leveza imperceptível pela pele descoberta. E embora quisesse protestar, deixou-se levar pelo silêncio de elevador, deixando que ele percebesse os pêlos eriçados pelo arrepio.

Deixou-se levar também pela mão de Carlos, que conduzia sua boca para a dele. E esta mesma mão, delicada, bem-cuidada, burguesa, andava agora pelas suas coxas com força, como exército em marcha, tomando de assalto os campos.

Quatro mãos e duas coxas, seis lábios, uma boca que agora se dividia entre duas outras, sentindo salivas, sendo a fronteira entre dois mundos diversos. Ela passeava entre uma e outra e o silêncio de elevador é substituído agora pelos barulhos quase inaudíveis de respirações, estalos de beijos, sons de línguas que se encontram.

As mãos passeando nas coxas, caminhando unidas, poderosas, em direcção ao encontro das coxas. E no encontro destas duas frentes de batalha, unidas num armistício, dividiram entre si o campo, agora descoberto, onde deveria se travar a batalha. E eram mãos que se sucediam, solidárias, dividindo os espaços, às vezes penetrando juntas no mesmo regaço, às vezes se complementando. E a dona das coxas, agonizava em outro tipo de torpor, mais imediato, intenso.

Entregue, a dona das coxas colocou suas coxas entre outras coxas e pensando em várias coisas entregou-se ao duplo amor sobre o sofá da sala e agonizou tantas e tantas vezes, que dormiu semi-morta entre o proletário e burguês no chão, em frente à tevê. E nesse triplo sono, três mãos humanas descansavam juntas, tão juntas, que não se sabia qual das três era dona de cada dedo.

Foi uma batalha do tipo que Marx jamais sonharia.

Grande PoetaMatemático!

18/12/2008

só porque sim...

When you wish upon a star



He told me that dreams came true. I believe in him. I truly believe that dreams can come true. Now I'm making mine...

retrato de mim pelos outros I

Eu - (enquanto explicava a um grupo de formandas como fazer algo no computador) Se fizerem isto desta maneira é mais rápido e não tão complicado, experimentem no vosso trabalho para me entregarem.
Formanda 1 - Ah pois, assim é mais fácil.
Formanda 2 - Olha lá oh não sei quantas, faz já, para não nos esquecermos!
Formanda 3 - Por isso é que gosto da professora. Como é Virgem sabe explicar as coisas que interessa. Os Virgens vão directos ao assunto e não têm cá vontade de baralhar as coisas.

E ao que parece o pão, pão, queijo, queijo se explica por eu ser virgem... De signo e enquanto eu viva!