06/03/2008

comentários

Hoje uns comentários que ouvi fizeram que chorasse sozinha no carro.
Um inofensivo e normal. O outro ofensivo e que me fez pensar se será isto que quero fazer durante a minha vida, para chegar logo à conclusão que é isto que sempre quis fazer e que sei que sou capaz de fazer e bem!

A minha vontade de mudar está a atormentar-me de uma maneira que nunca pensei possível. Não é tanto pelo medo de mudar, pela mudança em sim, é por pensar que nãos erei capaz de a manter e que depois me vai custar, ainda mais, voltar ao que estava.
Não quero, não posso e não vou conseguir voltar ao que está. Não sei se aguento mudar para depois voltar. Quero mudar. Preciso de mudar. Tenho de mudar. Não quero voltar...

Hoje uma aluna "especial" virou-se para mim, porque não a deixei escrever (riscar) no quadro e disse-me: "tu és merda!". Não tenho, nunca tive paciência para miúdos mal-educados! Quer sejam ou não especiais, quer saibam o que estão a dizer ou a maior parte das pessoas pense que não sabe o que estão a dizer. Sabe sim o que diz e o que faz. Faz mal aos colegas, não respeita ninguém, responde mal, bate, não aceita um não... E tudo porque não a educam! Simples. É difícil, é complicado, demora tempo, dedicação, mas já estive e já ensinei outras crianças tão especiais quanto ela e não são assim! São educados, meigos, sabem conversar, sabem estar e respeitam assim como são respeitados!

O outro comentário foi de uma pessoa com a qual trabalhei durante algum tempo, há tanto tempo atrás que me fez pensar que os anos passam e que a minha vida era muito mais divertida naquela altura.
Não o via há muito tempo, não falávamos ainda há mais tempo. A pergunta foi simples, foi directa, foi normal, foi casual... mas criou uma mossa que não me apercebi no momento, que não me doeu naquela altura, mas que ao voltar a casa abriu, criou uma racha e doeu.

Doi saber que passado 11 anos estou como estava naquela altura.
Doi saber que estou sozinha.
Doi saber que voltei ao mesmo estado.
Doi saber que preciso de uma mudança, mas que não quero mudar para voltar.
Doi saber que procuro e não encontro.
Não encontro emprego, não encontro.
Não encontro quem me acompanhe na procura da felicidade.
Não encontro com quem partilhar a felicidade.
Não consigo ter forças para procurar mais. É dias como hoje que não sei o que fazer. Não sei o que procurar. Como procurar. É dias como o de hoje que me apetece baixar os braços e não fazer nada. Resistir. Esperar. Apenas isso.
É dias como o de hoje que me fazem pensar se valerá a pena.
São dias assim que sei que passam.
Sei que amanhã já não estarei assim. Por agora... por agora vou dormir. Vou esperar que o sol me traga o sorriso. Vou esperar que a lua me leve as lágrimas...

3 comments:

  1. Anonymous20:34

    é dificil não sentir o teu texto... desculpa estar a comentar um texto tão intenso e pessoal... mas não resisti... já me senti muitas vezes como tu te sentiste nesse dia... temos muito mais em comum do que os gostos musicais (DMB)... A verdade é que por vezes precisamos de chorar mesmo... e quando encontrares aquilo que procuras, vais ver que vais continuar a ter dias assim... cinzentos. Fica bem. Gostei muito do teu blog... vou vir espreitar mais vezes... encontramo-nos no fórum :)

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  2. grey blue eyes, podes comentar à vontade. Cada vez que quiseres podes dizer de tua justiça :) feel yourself at home!

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  3. Anonymous00:05

    encontrei o blog por acaso, no meio de uns clicks, li dois textos e fiquei fã, consegues transformar em palavras o que sinto no coração. Dei comigo a chorar ao ler o que escreves, talvez hoje esteja mais sensivel, mas foi bom.

    Obrigado :)

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