Lembrei-me da tua cara de cansado enquanto passavas as mãos pelos olhos. Esfregáva-los como se não dormisses há duas semanas e ainda faltassem outras duas para poderes enfim descansar. A tua cara parecia que me queria mostrar aquilo que a tua cabeça pensava, parecia que eras dois num só, que estavas ali, cansado, quase morto, mas que continuavas a pensar e a escrever mentalmente o quer que fosse que escrevias.
Estavas ali, comigo, olhando para mim, falando comigo mas... nunca ali estiveste. Eras apenas um espectro do que podias ser.
O cansaço tinha tomado conta de ti. O trabalho não te deixava libertar. Tinha-te tornado no seu prisioneiro e não pensava libertar-te.
A tua pena foi pesada... já terminou... mas e a de outros?
O outros continuam aprisionados à tua pena, porque tu já estás livre, mas ainda não libertaste quem cumpriu pena contigo, quem sofreu contigo, quem ficou lá, esquecido, numa qualquer cela do teu pensamento, da tua prisão.
Dentro dessa mesma cela os outros tiveram de aprender a viver. Tiveram de sair dessa prisão, sair de ti e procurar a vida. A liberdade.
Tiveram de ir para longe de ti.
Em ti, para ti, continuam aprisionados na pequena cela gradeada.
A tua cara. A tua mão a passar pela tua cara. A tua distância. Isso fez-me sair da cela onde tu me manténs escondida.
Agora, aqui estou. Continuo aprisionada por ti, para ti. Mas estou longe da minha cela onde me mantive durante tanto tempo. Descobri a greener grass on the other side of the fence. E é lá que me quero manter!
Estavas ali, comigo, olhando para mim, falando comigo mas... nunca ali estiveste. Eras apenas um espectro do que podias ser.
O cansaço tinha tomado conta de ti. O trabalho não te deixava libertar. Tinha-te tornado no seu prisioneiro e não pensava libertar-te.
A tua pena foi pesada... já terminou... mas e a de outros?
O outros continuam aprisionados à tua pena, porque tu já estás livre, mas ainda não libertaste quem cumpriu pena contigo, quem sofreu contigo, quem ficou lá, esquecido, numa qualquer cela do teu pensamento, da tua prisão.
Dentro dessa mesma cela os outros tiveram de aprender a viver. Tiveram de sair dessa prisão, sair de ti e procurar a vida. A liberdade.
Tiveram de ir para longe de ti.
Em ti, para ti, continuam aprisionados na pequena cela gradeada.
A tua cara. A tua mão a passar pela tua cara. A tua distância. Isso fez-me sair da cela onde tu me manténs escondida.
Agora, aqui estou. Continuo aprisionada por ti, para ti. Mas estou longe da minha cela onde me mantive durante tanto tempo. Descobri a greener grass on the other side of the fence. E é lá que me quero manter!
Muito, mas mesmo muito bem escrito :)
ReplyDeleteA distância emocional é mesmo cansativa.
ReplyDeleteMais que isso, é agoniante!
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